Brasão de Santarém 1860 Inácio Barbosa Brasão Santiago do Cacém  FRONTEIRAS PORTUGAL FORTIFICADO 1642 Fortalezas copiadas por Brás Pe...

domingo, 10 de fevereiro de 2019




Muralhas  - Cercas - Baluartes - Castelos do Algarve

Muralhas de Lagos - Jardim da Constituição - Estátua de Gil Eanes

Ao longo da História, desde os Castros até aos dias de hoje o Homem sempre se preocupou em defender o que era seu ou da sua comunidade: territórios, povoações, propriedades...
Provavelmente este procedimento nasceu da simples necessidade de marcar a posse de um terreno.
Naturalmente seriam os cursos de água que primeiro marcavam as fronteiras das propriedades a que se seguiram o  levantamento  de marcos, sebes, paliçadas, muros...
De seguida surgiu a necessidade de segurança e protecção do território ocupado pelas diversas gentes.
Surgiram os fortes, fortalezas, castelos
Na Idade Média era comum povoações e cidades serem rodeadas por cercas ou muralhas tendo bem lá no alto o seu castelo, último reduto defensivo contra  invasores.
O Algarve, terra cobiçada por muitos, não fugiu à regra
Desde os povos pré-romanos. romanos, romanos, bárbaros. muçulmanos, cristãos, todos tiveram o cuidado de erguer defesas...
... e ao longo dos tempos muitos castelos, muralhas e cercas se levantaram por todo o Algarve desde Alcoutim a Aljezur passando por Castro Marim, Cacela, Tavira. Loulé, Faro, Salir, Paderne, Silves, Alvor, Portimão, Lagos, Sagres....

Vejamos isso mesmo, por ordem alfabética,

Alcoutim
Alcoutim

Em 1660, reinado de D. Afonso VI, Alcoutim foi toda cercada de muros transformando-se numa autêntica praça de guerra pois era de importância vital assegurar a defesa da raia em plena Guerra da Restauração. 
Os muros eram interceptados pelas seguintes portas: Porta de Tavira, Porta de Mértola, Porta do Rio ou do Guadiana.
O Castelo é do Século XIII -D. Dinis não apresenta Torre de Menagem

Aljezur

Aljezur

É um dos sete castelos figurado na bandeira nacional
A primitiva fortificação será do séc. X e foi das últimas praças algarvia a ser conquistada em 1249 D. Afonso III e Dom Paio Peres Correia Mestre da Ordem de Santiago da Espada
A cerca apresenta uma única porta

Classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 29 de Setembro de 1977, 


Armação de Pêra
Armação de Pera

Cacela Velha
Cacela Velha

Castelo muçulmano do século X/XI, conquistado por Dom Paio Peres Correia Mestre da Ordem de Santiago da Espada em 1238

Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Públic
Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996

Castro Marim
Castro Marim

A primeira fortaleza de Castro Marim deverá ter consistido num castro
Foi povoada por fenícios, cartagineses, gregos, romanos, vândalos e mouros
A povoação desenvolveu-se, no período cristão, dentro das muralhas do Castelo, definido por quatro torreões e duas portas de acesso.
 situado no cimo de uma colina
Castelo erguido por D. Afonso III
D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, (Tratado de Alcanizes - 12 de Setembro de 1297, entre D. Dinis e Fernando IV de rei de Leão e Castela) mandou reforçar a fortificação, ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população,

Com D. Dinis, Castro Marim viu reconhecida a importância da sua localização geográfica, acolhendo por bula decretada pelo Papa João XXII a primeira sede da Ordem de Cristo, em 14 de Março de 1319

Durante o século XVII, com as Guerras da Restauração em 1640, o castelo foi restaurado por ordem de D. João IV e acrescido de novas fortificações, como o Forte de São Sebastião, ampliando a sua estrutura muralhada.


Faro
Faro

As muralhas cercam o núcleo urbano mais antigo de Faro, hoje designado por "Vila-Adentro" ou "Cidade Velha"
Muito provavelmente, primeira cerca era pré-romana e terá sido reforçada no século I ou II pelos romanos
 e terá sido reconstruída no período muçulmano por volta do Séc. IX
Como é bem sabido muitas foram as reconstruções das muralhas que vão desde o tempo dos almoadas, (há notícia das muralhas estarem rasgadas por 3 portas: O arco da vila, o arco do repouso e o arco da Porta Nova)  a que se seguiram as  a seguir à reconquista em 1249, continuando  as do tempo de D. João III, mais alterações no período filipino, e depois (aliás como em todo o Algarve, a seguir ao terramoto de 1755, Durante os séculos XIX e XX deu-se o abandono destas estruturas,  retomadas por razões culturais a partir dos anos 40 e pela maior sensibilidade  para o Património.
Após a Reconquista no séc. XIII as muralhas foram reconstruídas e 
Classificadas como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto publicado em 30 de novembro de 1933


Lagos
Lagos

Aqui nasceu o Castro do Monte Molião e à sua volta se desenvolveu um povo laborioso na actividade piscatória, comercio marítimo e cultivo dos campos muito visitada pelos povos do Mediterrâneo: Gregios, fenicio, cartagineses,  romanos, visigodos e mais tarde pelos muçulmanos do Norte de África
Com os romanos tomou o nome de Lacobriga em referência à sua importância marítima.
Do Castelo já não resta qualquer testemunho / vestigío.


A cerca medieval de Lagos encontra-se, neste início do Séc. XXI relativamente descaracterizado, muito embora seja a cidade algarvia com perímetro fortificado mais extenso.e com uma forte reconstituíção patrimonial militar desde os anos 40 do século XX.

A cerca apresenta duas fases, claramente identificáveis:
A Cerca Medieval, estrutura defensiva voltada para o mar com destaque para o Palácio do Governador, Porta de São Gonçalo e Baluarte da Torre do Trem e Porta da Vila

A Cerca Nova, de características renascentistas, e que vai do Baluarte de Santa Maria, seguindo pelo prosseguindo para o Baluarte da Praça de Armas, o Baluarte da Conceição e o Baluarte da Alcaria. A partir deste último, o circuito inflecte para norte, alcançando o Baluarte da Porta dos Quartos, o Baluarte de Santo Amaro e o Baluarte de São Francisco. Daqui, a muralha, com interrupções, volta-se para o lado do mar, na direcção Este. 

9 baluartes
O conjunto de muralhas e baluartes está classificado como monumento nacional por Decreto publicado em 20 de Junho de 1924.


Loulé
Loulé
Portimão

Portimão

Sagres
Sagres

Silves
Silves

Tavira

Tavira








sábado, 9 de fevereiro de 2019






Em termos climáticos o Algarve está dividido em duas regoões.





Em termos hidro-orográficos 
Cordilheira do Caldeirão e Serra de Monte-Figo a Leste do Guadiana
Serra de Monchique e Espinhaço de Cão a Oriente da Ribeira de Quarteira

Em Termos geológicos acrescentamos mais uma e falamos em  três divisões:


RELEVO

Espinhaço do Cão

Ponto mais alto da Serra de Espinhaço de Cão, o marco geodésico da Poldra, fica a 248 metros. 
Perto da estrada que liga Lagos a Aljezur,logo primeiro entroncamento que faz a ligação à costa.
Em redor eucaliptos e acácias até encontramos a Costa Vicentina rodeada de cerros engalanados com medronheiros.
A Serra de Espinhaço de Cão é uma elevação com 297 metros de altitude. Situa-se no Barlavento algarvio

Serra de Monchique - Fóia  

Da Fóia, o ponto mais Alto da serra e também o de maior altitude (902 m)  de todo o Algarve ( a Sul do Tejo apenas a serra de S. Mamede lhe ganha com os 1027 metros de altitude)
O miradouro da Fóia é o  ponto central da Serra e o local mais previligiado do Barlavento
Do alto da Fóia avista-se com muita clareza a costa Sul que vai de Sagres até Albufeira e a Costa Vicentina a Ocidente.
O segundo ponto mais alto da Serra de Nonchique fica na Picota a 750m
É nesta serra que encontramos as águas termais de Monchique  abastecidas pela água de seis fontes.

Espalhadas pela Serra encontramos várias cascatas:
Cascata do Barbelote, do Penedo do Buraco, Cascata do Chilrão

Cordilheira do Caldeirão

A zona mais montanhosa do Algarve e marca a  fronteira com o Baixo Alentejo, distrito de Beja

O seu ponto mais alto localiza-se no Algarve (Pelados 589 m - Cavalos do Caldeirão - Loulé),
sendo o Mú (São Barnabé - Almodôvar) o 2º ponto mais alto com 577 m.
Nos concelhos de Tavira (Alcaria do Cume 535 m), São Brás de Alportel (Menta 515 m; Quatrelas 521 m; Águia 529 m) e de Loulé possui diversos pontos em que ultrapassa os 500 m.


Monte Figo

A Serra de Monte Figo estende-se ao longo dos concelhos de Olhão, Faro, Loulé e São Brás de Alportel. As suas elevações apresentam uma orientação paralela à linha costeira.
O ponto mais elevado, com 411 metros de altitude, é o Cerro de São Miguel e é um dos melhores miradouros do país.
Pela sua importância geológica e ambiental destaca-se ainda o Cerro da Cabeça (249 m).

Ainda hoje o cume do Cerro de São ao Miguel é "farol diurno de montanha" sobretudo para os pescadores da costa do sotavento Visível desde Quarteira até ao Guadiana  e Ilha Cristina na Andaluzia Vila Real de Santo António permitia orientar os marítimos como localizar os pesqueiros.

 Este Cerro,  foi desde tempos imemoriais,  Santuário Marítimo de Montanha para os navegantes pois é um farol natural com uma visibilidade marítima de cerca de 60 Km praticamente desde a Ponta da Piedade a Huelva

Na área da Serra de Monte Figo surge um impressionante campo de grutas, cavernas, cavidades  profundas, algares  nomeadamente no Cerro da Cabeça como Algar Maxila (95 m de Profundidade) e Algar Medusa com 78 m de profundidade Gruta da Ladroeira Grande

É bem possível que em tempos recuados fenívio / romano tenha aqui havido um facho de sinalização nocturna.
O cerro fica a cerca de 11 Km da povoação romana de Balsa e não se põe de parte que tenha sido um local de culto pré-tomano




















quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945


Já faltou mais para Portugal comemorar nove séculos de vida
Oficialmente Portugal nasce no dia 5 de Outubro de 1143 - Tratado de Zamora - como tal será o Estado-Nação mais antigo do Mundo Ocidental

 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

Dom Henrique e Dona Tereza (repare-se no escudo de armas do Conde D. Henrique)

Historiadores há que remontam ao ano de 1139 - Batalha de Ourique - e outros há ainda, que consideram a Batalha de São Mamede em 1128 como o nascimento do reino pois nesta data o governo do Condado Portucalense passa para Dom Afonso Henriques
Mas também  podemos ir um pouco mais atrás quando D. Teresa, a partir de 1117, assumiu o título de rainha – regina – reivindicando assim os direitos que lhe cabiam por ser filha de Afonso VI, entre os quais, o de governar como soberana uma parte dos territórios herdados -o Condado Portucalense.
E, desde sempre, Afonso Henriques se intitulou "Infante" e como tal foi reconhecido pelos leoneses


  1. Bula Papal Manifestis Probatum - Alexandre III
"Manifestis Probatum" a Bula Papal de Alexandre III confirma e consolida,  a 23 de Maio de 1179,  Portugal como reino independente e D. Afonso Henrique como Rex,



Mas tudo isto vem a propósito dos Castelos / Fortalezas que figuram na Bandeira Nacional e que aparecem  pela primeira vez no brasão armorial de D. Afonso III


Os Castelos da Bandeira Nacional

No escudo da Bandeira Nacional, e desde o tempo de D. João II,  figuram sete castelos em volta das cinco quinas os quais representarão as fortalezas de
Estômbar, Paderne, Aljezur, Albufeira, Cacela, Sagres e Castro Marim, 
todas pertencentes ao Algarve, conquistadas por D. Afonso III e Dom Paio Peres Correia da Ordem de Santiago da Espada e praticamente abandonados pelo IGESPAR nos dias de hoje.
Não fora as Câmaras Municipais e o pouco de resra deles já reria desaparecido há muito.

Outra teoria avança por outro caminho e diz que os 7 castelos do estandarte real são as cidades conquistas aos mouros por D. Afonso Henriques:
Coimbra, Óbidos, Santarém, Lisboa, Palmela, Ourique e Évora

Com algum rigor poderemos dizer que até ao Século XV, reinado de D. João II, não há, verdadeiramente,  uma bandeira nacional mas estandartes reais / brasões armoriais

1 - O primeiro terá sido do Conde D. Henrique



2 - O segundo de Dom Afonso Henriques

3 - O terceiro de D. Sancho I a D. Sancho II



4 - O quarto de Dom Afonso III a Dom Fernando





5 -  O quinto de D. João I - Mestre de Avis - até D. Afonso V


... e até aqui havia brasões armoriais ....



Primeira bandeira do Reino de Portugal 

D. João II


Com a chegada de D. João II ao trono poderemos considerar, com algum rigor, que nasce a bandeira nacional ao ordenar que fossem retiradas da bandeira as flores de lis -da Ordem de Avis-
Cruz azul . Escudo do Conde D. Henrique
Besantes e quinas do escudo de D. Afonso Henriques
Bordadura com castelos de D. Afonso III
Bordadura com castelos e flor de lis de D. João I, Mestre da Ordem de Avis.

Escudo encimado por Coroa Real aberta


domingo, 3 de fevereiro de 2019


Rios, Ribeiras e Arroios do Algarve
 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945



1. - Guadiana  1.1. - Ribeira do Vascão    1.2. - Ribeira de Odeleite   1.3. - Ribeira do Beliche

Rede Hidrográfica do Baixo Guadiana - Algarve
Destaque para as barragens de Odeleite e Beliche
e
Reserva Natural de Castro Marim e Vila Real de Santo António

2 - Ribeira do Almargem

3 - Séqua / Gilão  3.1. - Ribeira de Alportel  3.2. - Ribeira do Zinbral  2.3. - Ribeira da Asseca

4 - Rio Seco

5 - Ribeira de Quarteira   5.1. - Ribeira de Alte   5.2. - Ribeira de Algibre

6 - Ribeira de Alcantarilha

7 - Arade / Silves   7.1. - Ribeira de Arade  7.2.- Ribeira de Odelouca  7.3. - Ribeira de Bóina

8 - Ribeora de Odiáxere

9 - Ribeira de Bensafrim



10 - Ribeira de Aljezur



11 - Ribeira de Seixe



GUADIANA 
Nasce em Espanha a uma altitude de 1700 m perto de Ojos del Guadiana 744 km ou 788 km
Rio Internacional desagua na costa sul do Atlântico entre Vila Real de Santo António e Ayamonte

A história do nome do rio Guadiana
Os romanos começaram por chamar ao rio Guadiana de Anas (“dos patos”), ao que os mouros juntaram uádi (palavra árabe para rio), sendo então o Uádi Ana, passando ao português como Ouadiana e mais tarde ainda para Odiana. Porém, desde o século XVI que, por influência castelhana, foi ganhando terreno Guadiana (influenciado por outros nomes árabes de rios começados por guad, ex: Gualdaquivir, Guadalete, Guadalajara ou Guadarrama), sendo hoje em dia, a forma consagrada

O Guadiana percorre a Meseta Sul na direcção leste-oeste e, perto da cidade espanhola de Badajoz, toma o rumo sul até à foz. O Guadiana faz por duas vezes fronteira entre Portugal e Espanha. Primeiro entre o rio Caia e a ribeira de Cuncos, e depois desde o rio Chança ( rio afluente do rio Guadiana) até à foz. O primeiro sector da fronteira não está demarcado entre a ribeira de Olivença e a ribeira de Táliga, devido ao litígio fronteiriço de Olivença (territórios adjacentes não são reconhecidas por Portugal,)

Nota à margem. Grande parte dos topónimos iniciados por "ode" chegaram até nós pelo árabe e significa -rio-
No Algarve multiplicam.se esses vocábulos: Odeleite. Odiáxere, Odelouca...


--- Ribeira do Vascão

Ribeira do Vascão , afluente da margem direita do Guadiana, nasce na Serra do Caldeirão faz fronteira entre o Baixo Alentejo no Concelho de Mértola, e o Concelho de Alcoutim no Algarve
Tem 69 Km de comprimento, corre numa  zona  pedregosa

--- Ribeira de Odeleite
Nasce na serra do Caldeirão - Serra de Santa Maria na Freguesia de Cachopo, Tavira e desagua no Guadiana entre Alcoutim e Castro Marim fornece água para a Barragem de Odeleite que por sua vez se liga à Barragem do Beliche por um túnel
Comprimento cerca de 60 KM

-- Ribeira do Beliche 
Nasce na Serra do Caldeirão - Serra de Santa Maria, Tavira Freguesia de Cachopo e depois de fornecer água à Barragem encontra o Rio Guadiana um pouco a Norte da povoação do  Beliche no Concelho de Castro Marim.
Tem cerca de 40 Km de extensão


Ribeira do Almargem
Nasce na Serra de Tavira (Caldeirão) a 143m de altitude e desce até à foz nas Cabanas de Tavira obde encontra a Ria Formosa

Séqua / Gilão:
Alimenta-se das  águas da Ribeira de Alportel, Ribeira da Asseca, Ribeira Zimbral
O Séqua (Ribeira de Alportel) nasce na Serra do Caldeirão a 254m de altitude e ao passar a ponte antiga de Tavira muda o nome para Gilão.
Vai desaguar à Ria Formosa no sítio das Quatro Águas e espraia-se,  no Atlântico, pela barra construída em 1926

Rio Seco
Nasce na Serra de Monte Figo a Norte do Cerro de S. Miguel a 249m de altitude e vai desaguar na Ria Formosa e pelo Esteiro da Garganta .para entrar no Canal de Olhão num percurso de cerca de 20 Km

Ribeira de Quarteira
Nasce na Serra do Caldeirão e é formado pela junção de duas outras ribeiras: ribeira de Alte e Ribeira de Algibre, perto de Paderne, Vai encontrar o Atlântico , na costa Sul, a oeste da Marina de Vilamoura
A Ribeira de Quarteira é o resultado da junção de várias outras que serpenteiam pelos vales do interior do Algarve, nomeadamente a Ribeira de Algibre e a Ribeira de Alte e vai desaguar entre a Marina de Vilamoura e a Praia da Rocha Baixinha (também lhe chamam Praia da Falésia)

Ribeira de Alcantarilha
Nasce na Serra do Caldeirão e é alimentada por pequenos arroios sendo os mais importante a Ribeira de Algoz,  depos de passar Alcantarilha  e ao lado de Pêara vai ao encontro do Atlântico,  a nascente de Armação de Pêra , num percurso de cerca de 20 KM


Ribeira do Arade: Odelouca, Boina
O Rio Arade nasce na Serra do Caldeirão a 209m de altitude, recebe água de duas outras ribeiras: Odelouca /nasce na Serra de Monchique a 351m de altitude) e Boina (nasce em Monchique a 421m de altitude
Odelouca com a sua barragem e Boina que desce da Serra de Monchique
Fornece água a duas barragens: a Barragem do Funcho perto de São Bartolomeu de Messines e a mais pequena Barragem do Arade.a norte de Silves.
Na Idade média era denominada como Rio de Silves porque era navegável desde a primeira capital do Algarve até à foz em Portimão.Percurso de cerca de 50 Km

Ribeira de Bensafrim
Nasce nas faldas da Serra de Espinhaço de Cão à altitude de 100m e faz o seu percurso até ao Forte da Ponta da Bandeira em Lagos, num total de cerca de 12 Km


Ribeira de Aljezur nasce na serra de Monchique a 124m de altitude e desce pela ribeira da Cerca  e encontra a Costa Vicentina  a Oeste de Aljezur e Foz na Praia da Amoreira   num percurso de cerca de 20 Km

Ribeira de Seixe Nasce na Serra de Monchique a 156m de altitude e vai ao encontro do Atlântico, na Costa Vicentina, perto de Odeceixe.
A ribeira de Seixe faz fronteira com natural entre o Algarve e o Baixo Alentejo Concelhos de Aljezur e Odemira
Recebe águas das ribeiras: Perna Negra (o curso principal) ribeiro do Arroio (margem esquerda)  e ribeira do Montinho

Nota: As distâncias das ribeiras foram calculadas, sem rigorosa precisão, através de Mapcarta



BARRAGENS do ALGARVE


SOTAVENTO - Odeleite (Alcoutim)  e Beliche (Castro Marim)
BARLAVENTO - Arade (Silves), Funcho (Silves), Odeloica (Silves-Monchique) e Bravura/Odiáxere (Lagos)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019


Um olhar pelos tempos
 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945
Cidades do Algarve


Do Séc. XII ao Século XXI

Cidades

Ano

Dia e Mês

Outorgante

 Nota
Silves
1189
(1)
D. Sancho - Afonso X de Leão e Castela
 a)
Tavira
1520
16 de Março
D. Manuel
 b)
Faro
1540
7 de Setembro
D. João III
 c)
Lagos
1573
27 Janeiro
D. Sebastião
 d)
Portimão
1924
11 de Dezembro
Teixeira Gomes
 e)
Olhão da Restauração
1985
14 de Agosto
Ramalho Eanes
 f)
Albufeira
1987
20 de Agosto
Ramalho Eanes
 g)
Vila Real de Santo António
1988
19 de Abril
Jorge Sampaio
 h)
Loulé (2)
1998
30 Agosto
Mário Soares
 i)
Quarteira 
1999
24 de Junho
Jorge Sampaio
 j)
Lagoa
2001
12 de Julho
Jorge Sampaio
 l)

(1) -  Silves  Xelb, Xilb ou al-Shilb era o nome dado à cidade de Silves durante o domínio muçulmano.
- 1189 - Data da primeira restauração da diocese de Silves por Sancho I de Portugal 

" Sancius, Dei Gratia, Portugallis Rex, Silvis et Algarbii Rex". Título adoptado por D. Sancho II
- 1253 - Data restauração definitiva da mesma diocese por Afonso X de Leão e Castela.
(Na Idade Média, apenas se atribuía o título de cidade às sedes de bispado. Silves foi conquistada aos muçulmanos primeiro em 1189, perdida em 1191 e apenas reconquistada definitivamente em 1249 Por D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago da Espada)
1249 - Tomada definitiva de Silves pelas forças de Dom Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago. já no reinado de D. Afonso III.

(2) - O Concelho de Loulé é o único concelho algarvio com duas cidades: Loulé e Quarteira

a) Decreto

a) 1189 - Data da primeira restauração da diocese de Silves por Sancho I de Portugal
1253 - Data restauração definitiva da mesma por Afonso X de Leão e Castela (1253);
Na Idade Média, apenas se atribuía o título de cidade às sedes de bispado. Silves foi conquistada aos muçulmanos primeiro em 1189, perdida em 1191 e apenas reconquistada definitivamente em 1249 no reinado de D, Afonso III.
b) Por Carta Régia de 16 de Março de 1520, reinado de D. Manuel I
c) Por Carta Régia de 7 de Setembro de 1540
d) Carta Régia de 27 de Janeiro de 1570.D. Sebastião
e) Lei n.º 1692, de 11 de Dezembro de 1924 (Diário do Governo n.º 276, I Série, de 11-XII-1924). A lei alterou também o nome da povoação, de Vila Nova de Portimão para apenas Portimão. De notar que Portimão já havia sido anteriormente elevada a cidade por D. José I, em 16 de Janeiro de 1773, tendo perdido o estatuto com a subida ao trono de D. Maria I, em 31 de Maio de 1777).
f)
g)
h) 1998, 19 de Abril
i)
j)
l) Lei n.º 47/2001, de 12 de Julho (Diário da República n.º 160, I Série-A, de 12-VII-2001).

a) colocar o decreto do DR foto

Cidades algarvias
População

Censo 2011





ALGARVE Censos de 2011

Cidade
População
Faro
47574
Portimão
40658
Loulé
26791
Quarteira
21798
Lagos
18474
Albufeira
19879
Olhão da Restauração
14899
Tavira
13312
Vila Real de Santo António
11369
Lagoa
7200
Silves
6307
Repare-se na curiosidade populacional entre a primeira capital do Reino do Algarve e a actual
Faro a cidade mais populosa - Silves a cidade com menos população

Densidade Populacional por freguesias




quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Pontes Romanas no Algarve?
 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945

Muitas são as teorias/opiniões sobre a existência de pontes romanas no Algarve.
As povoações defendem a sua antiguidade e um dos modos é aproveitar a ponte, se se assemelhar ao modo de construção romano, para a identifica como romana.
Isso é o que acontece no Reino do Algarve (e não só).
Será mesmo assim?
A doutrina divide-se 
Vejamos as povoações algarvias que reclamam a sua ponte como romana...
Percorramos-las do Sotavento para o Barlavento




1 - Ponte da Aberta Nova - Azinhal - sobre o antigo leito da Ribeira do Beliche - Castro Marim
Descrita por Silva Lopes em 1841. Desta ponte nada resta.
Desaparecida com a construção da barragem 



2 - Ponte do Almargem -  


Sobre a Ribeira do Almargem - Freguesia da Conceição - Tavira

Mais uma ponte de três arcos sustentados por talha-mares piramidais e tabuleiro em ângulo e que muitos classificam de romana
Referenciada em  meados do séc. XV.
Esta ponte  liga a Freguesia  de Conceição à Freguesia de Santa Maria de Tavira



3 - Ponte de Tavira 


Sobre o Rio Gilão

Também conhecida por Ponte Antiga, é um dos pontos máximos da cidade de Tavira -verdadeiro ex-libris-  apesar de que, de romana, já  não tem nada.

A sua origem é muito polémica pois não existem dados concretos sobre a data. Crê-se que havia uma  ponte anterior,  romana,  no séc. III, que terá sido reconstruída ou construída uma outra no seu lugar no início do período medieval.
Esta ponte liga as duas margens do rio Gilão, tendo sofrido alterações no decorrer dos séculos, ficando com o aspecto actual a partir do séc. XVII.


A gravura seiscentista de Tavira  mostra uma ponte substancialmente diferente da actual

" No século XVII O monumento encontrava-se parcialmente destruído pouco depois, provavelmente em consequência de mais alguma violenta cheia de tal forma que,de acordo com uma lápide que se encontra sobre o portal da fortaleza de Cabanas, o então Governador do Algarve e conde Val de Reis “mandou fazer”, a par daquela Fortaleza, a ponte de Tavira, em 1656"
Este "mandou fazer" deverá entender-se como "mandou refazer"
Na ponte actual é bem visível a parte que “mandou fazer” e que corresponde aos quatro arcos do lado poente com os respectivos talha-mares encimados por balcões tão ao gosto das obras do género dos séculos XVII e XVIII, como por exemplo acontece coma reconstrução da ponte velha de Silves nos inícios do século XVIII. Os restantes três arcos, dos sete que aponte tem, são inquestionavelmente mais antigos, mas, com toda a probabilidade, devem ser posteriores à tal ponte de meados do século XIII de que fala a Crónica da Conquista do Algarve. aos Mouros. pelo Mestre da Ordem de Santiago da Espada -Dom Paio Peres Correia- no reinado de D. Sancho II.

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Fortaleza São João da Barra de Tavira, Conceição, Cabanas.

O seu portão de armas, de arco pleno, voltado ao lado de terra e antecedido por um fosso, possui espaldar, no qual foram colocados o brasão real, a inscrição comemorativa da construção, que reza (leitura modernizada):

“SENDO REGENTE DOS REIFortaleza de São João da Conceição da Barra de TaviraNOS E SENHORIOS DE PORTUGAL O SERENÍSSIMO PRÍNCIPE DOM PEDRO O CONDE DE VALE DE REIS DOS CONSELHOS DE ESTADO E GUERRA CAPITÃO GERAL DESTE REINO ACHANDO ESTE SÍTIO CAPAZ MANDOU FAZER ESTA FORTALEZA DE PEDRA E CAL ESTANDO DESENHADA JÁ DE TERRA E FAXINA REINANDO O SENHOR REI DOM JOÃO O IV DA GLORIOSA MEMÓRIA NO ANO DE 1656 O MESMO CONDE DE VALE DE REIS MANDOU FAZER A PONTE DA CIDADE DE TAVIRA E GOVERNANDO ESTA FORTALEZA O SARGENTO MAIOR DOMINGOS DE CARPIÃO CASTANHEDA SE LHE ENCARREGOU A ADMINISTRAÇÃO DESTA OBRA A QUAL FEZ DAR PRINCÍPIO EM 19 DE DEZEMBRO DO ANO DE 1670.”
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Está classificada como Imóvel de Interesse Público
Decreto n.º 1/86, DR, I Série, n.º 2, de 3-01-1986






4 - Ponte de Quelfes




Sobre a Ribeira do Tronco  - Olhão - Freguesia de Quelfes


Também conhecida como Ponte Velha de Quelfes, é apontada como uma ponte do século I d.C. 
Ponte de um só arco, é uma estrutura relativamente modesta que permitia a passagem entre povoações rurais.

Foi reconstruída várias vezes, tornando-se uma  importante estruturas viárias no território oriental algarvio.

Descrição Complementar
Marco comemorativo da Batalha contra os franceses, situado a NE. do acesso à ponte, contém a seguinte inscrição: "NO DIA 18 DE JUNHO DE 1808, NESTE LOCAL, TRAVOU-SE O COMBATE / ENTRE OS OLHANENSES E TROPAS FRANCESAS, AS QUAIS FORAM DERROTADAS / ATÉ AO SÍTIO DA MEIA-LÉGUA. / ESTE ACONTECIMENTO DEU-SE APÓS O LEVANTAMENTO PATRIÓTICO / DA POPULAÇÃO DE OLHÃO NO DIA 16 DE JUNHO / / ESTA LÁPIDE FOI AQUI MANDADA COLOCAR PELA CÂMARA MUNICIPAL / DE OLHÃO NO ANO DE 1989, PARA LEMBRAR E HOMENAGEAR O FEITO HERÓICO / DO POVO DESTE CONCELHO".

Protecção - Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/90, DR, 1.ª série, n.º 163 de 17 julho 1990



3 - Ponte dos Caliços


Sobre a Ribeira do Tronco  - Moncarapacho - Olhão

Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Decreto n.º 29/90, DR, I Série, n.º 163, de 17-07-1990 (ver Decreto)



6 - Ponte de Moncarapacho


Sobre a Ribeira do Tronco???  - Olhão - Moncarapacho
Fica a cerca de 750 m da Ponte dos Caliços
Síto de interesse arqueológico



7 - Ponte dos Álamos

Sobre a Ribeira do Algibre  ou Ribeira do Cadoiço  - S. Clemente - Loulé
Ponte reabilitada em Fevereiro de 2011
Elemento do património arquitectónico de Loulé



8 - Ponte do Barão


Sobre a Ribeira de Quarteira -  - Loulé
Localizada próximo da villa romana da Retorta
Por esta ponte se fazia a ligação de Ossonoba (Faro) com o ocidente algarvio
Actualmente, está  muito descaracterizada pelas obras de beneficiação ao tráfego



9 - Ponte de Tôr



Sobre a Ribeira de Quarteira

A Ponte de Tôr foi construída na via romana secundária que ligava Milreu, em Estoi (Faro) a Salir (Loulé). Está  localizada pouco a sul da Tôr Loulé, na ribeira de Quarteira / Ribeira de Algibre .
Ainda nesta via existia a Ponte dos Álamos perto de Loulé.
Arqueólogos discutem em torno da origem desta ponte já que, tal como é citado por Susana Carrusca em “Loulé, o Património Artístico”, segundo Jorge Alarcão, professor catedrático da Universidade de Coimbra e especialista da época romana, “embora tradicionalmente tida como obra da fase islâmica ou mesmo quinhentista, apresenta dois arcos de típica construção romana”

Classificada como MIM - Monumento de Interesse Municipal
Despacho de 31-03-2015 do Presidente da CM de Loulé a determinar a alteração da categoria de classificação para MIM



10 - Ponte de Paderne



Sobre a Ribeira de Quarteira

Ponte Paderne século XVIII reconstrução de 1771
Está protegida pela Zona Especial de Protecção do Castelo de Paderne publicada na Portaria n.º 978/99 de 14 de setembro



11 - Ponte de Silves


Sobre a Ribeira do Arade - Silves

Ponte Romana de Silves, ou Ponte Velha, é talvez um dos Monumentos mais polémicos, pois há grandes divergências sobre a  verdadeira data de construção
Pela sua arquitectura, a ponte é Romana, construída no tempo em que os Romanos estiveram na Península Ibérica, o que é justificado pelos vestígios de uma via Romana, vindo do litoral para o interior.
Outros historiadores e arqueólogos defendem que a ponte é da época Medieval, datada dos tempos do domínio islâmico na Península Ibérica e atribuem a sua construção entre o século X e XIII.

A ponte de Silves foi  construída no séc. XV.

Em vias de classificação
Com despacho de abertura
Anúncio n.º 71/2016, DR, 2.ª série, n.º 34, de 18-02-2016



12 - Ponte do Vale da Vila

Sobre um arroio  junto à actual estação  de caminho de ferro  - Silves


Com efeito, é pouco provável que existam hoje pontes romanas conservadas no Algarve, o que se prende com uma série de razões,

Boa parte das pontes romanas foram sucessivamente remodeladas ou construídas ao longo dos tempos, o que leva a que hoje em dia muitas delas não apresentem características que permitam atribuir-lhes uma origem romana. Além do mais, construíram-se pontes ao longo de todas as épocas e o facto de hoje se denominar como romana uma ponte, tal não pode ser tomado como um indicador da sua origem cronológica mas tão só um referente a um monumento do estilo romano



Bibliografia:

RODRIGUES, Sandra, As vias romanas do Algarve. [s.l.], Centro de Estudos do Património da Universidade do Algarve: Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, 2004

Actas das I Jornadas "As Vias do Algarve da Época Romana à Actualidade"  por Bernardes J.P. - São Brás de Alportel 2006;




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A propósito de pontes...
Que tal saltarmos para o século XXI e assinalar as vias que do Alentejo entram no Algarve ou se preferirem o contrário:

ESTRADAS QUE DO ALGARVE se encaminham para o ALENTEJO


Lagos - EN 120 Odemira
Portimão - EN 266 Aljustrel
Albufeira - IC1 Ourique
A 22 - A 2
Faro - EN 2 Castro Verde
Vila Real Santo António - IC 27 Mértola
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A serra, não muito elevada, mas muito ampla e densa, apresentava dificuldades diversas que tornavam a viagem morosa. A este propósito, deixa-nos Silva Lopes na sua Corografia do Reino do Algarve, de 1841, uma indicação mais precisa do que seria sair do Algarve para rumar a Lisboa (ou de Lisboa para entrar no Algarve, se lermos inversamente), no meado do século XIX.

Dos vários trajectos sugeridos pelo autor, fiquemo-nos apenas pelo primeiro, como ilustrativo: de Faro havia que seguir para Loulé, passando por S. João da Venda; a partir de Loulé, haveria que seguir pelo barrocal, num “péssimo caminho pedregoso até à Ponte da Tôr” e daí em direcção à Corte Neto; já em plena serra, haveria que passar várias vezes a vau o Rio Seco até à ladeira do Barranco do Demo, onde “há uma excelente fonte de água férrea debaixo de frondosos freixos”; um pouco a seguir, havia que tomar o caminho até Águas da Rainha e, deixando para trás o Rio Seco, encontraria a Ribeira do Vascão, que também teria de se passar a vau, transpondo o limite entre o Algarve e o Alentejo.
A via marítima permaneceu, durante séculos, como a forma mais rápida e cómoda de sair do Algarve, ou de vir até à região
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O século XX trouxe evoluções tremendas, que acompanharam o desenvolvimento dos meios de transporte. Nas primeiras décadas consolidou-se a ferrovia, que chegou a Olhão em 1904, a Tavira em 1905 e a Vila Real de Santo António em 1906 – a Lagos só chegaria em 1922. Ir ou vir do Reino de Portugal para o Reino do Algarve passou a ser mais fácil. Circular dentro da região, também. O boom do turismo ditaria as restantes evoluções, a partir da década de 60, com a inauguração do aeroporto de Faro em 1965 e o subsequente desenvolvimento da rede viária.
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ESTRADA NACIONAL 125  - VIA LONGITUDINAL 

A História relembra-nos que os problemas de mobilidade não são novos. Porém, em séculos passados, além das dificuldades de circular dentro da região, ainda se acrescia o problema de circular para fora dela. Aliás, se o Algarve padeceu, durante séculos, de um isolamento crónico que lhe conferiu a singularidade histórica de ter sido um Reino à parte, sem rei, e sem nunca o ser efectivamente, isso em muito se deveu às dificuldades de acesso à região e à precariedade das ligações terrestres ao Reino de Portugal.
Antes da ferrovia, – que a este lugar ao sul chegou tarde (1189)  e se desenvolveu muito lentamente – a viagem de Lisboa até Faro era uma verdadeira aventura, quase diria que reservada aos mais audazes
A serra, não muito elevada, mas muito ampla e densa, apresentava dificuldades diversas que tornavam a viagem morosa

A Estrada Real nº 78, antepassada da EN 125, que deveria ligar Lagos a Vila Real de Santo António, começou a construir-se me 1856, e em 1874 estaria praticamente concluída. Nos finais do século XIX inicia-se a construção daquela que viria a ser a ligação privilegiada ao Alentejo, a mítica e histórica Nacional 2, apenas concluída na centúria seguinte, e remodelada e assim designada durante o Estado Novo.