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domingo, 10 de fevereiro de 2019




Muralhas  - Cercas - Baluartes - Castelos do Algarve

Muralhas de Lagos - Jardim da Constituição - Estátua de Gil Eanes

Ao longo da História, desde os Castros até aos dias de hoje o Homem sempre se preocupou em defender o que era seu ou da sua comunidade: territórios, povoações, propriedades...
Provavelmente este procedimento nasceu da simples necessidade de marcar a posse de um terreno.
Naturalmente seriam os cursos de água que primeiro marcavam as fronteiras das propriedades a que se seguiram o  levantamento  de marcos, sebes, paliçadas, muros...
De seguida surgiu a necessidade de segurança e protecção do território ocupado pelas diversas gentes.
Surgiram os fortes, fortalezas, castelos
Na Idade Média era comum povoações e cidades serem rodeadas por cercas ou muralhas tendo bem lá no alto o seu castelo, último reduto defensivo contra  invasores.
O Algarve, terra cobiçada por muitos, não fugiu à regra
Desde os povos pré-romanos. romanos, romanos, bárbaros. muçulmanos, cristãos, todos tiveram o cuidado de erguer defesas...
... e ao longo dos tempos muitos castelos, muralhas e cercas se levantaram por todo o Algarve desde Alcoutim a Aljezur passando por Castro Marim, Cacela, Tavira. Loulé, Faro, Salir, Paderne, Silves, Alvor, Portimão, Lagos, Sagres....

Vejamos isso mesmo, por ordem alfabética,

Alcoutim
Alcoutim

Em 1660, reinado de D. Afonso VI, Alcoutim foi toda cercada de muros transformando-se numa autêntica praça de guerra pois era de importância vital assegurar a defesa da raia em plena Guerra da Restauração. 
Os muros eram interceptados pelas seguintes portas: Porta de Tavira, Porta de Mértola, Porta do Rio ou do Guadiana.
O Castelo é do Século XIII -D. Dinis não apresenta Torre de Menagem

Aljezur

Aljezur

É um dos sete castelos figurado na bandeira nacional
A primitiva fortificação será do séc. X e foi das últimas praças algarvia a ser conquistada em 1249 D. Afonso III e Dom Paio Peres Correia Mestre da Ordem de Santiago da Espada
A cerca apresenta uma única porta

Classificado como Imóvel de Interesse Público por Decreto publicado em 29 de Setembro de 1977, 


Armação de Pêra
Armação de Pera

Cacela Velha
Cacela Velha

Castelo muçulmano do século X/XI, conquistado por Dom Paio Peres Correia Mestre da Ordem de Santiago da Espada em 1238

Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Públic
Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996

Castro Marim
Castro Marim

A primeira fortaleza de Castro Marim deverá ter consistido num castro
Foi povoada por fenícios, cartagineses, gregos, romanos, vândalos e mouros
A povoação desenvolveu-se, no período cristão, dentro das muralhas do Castelo, definido por quatro torreões e duas portas de acesso.
 situado no cimo de uma colina
Castelo erguido por D. Afonso III
D. Dinis, compensando a perda de Ayamonte que passou para o domínio de Castela, (Tratado de Alcanizes - 12 de Setembro de 1297, entre D. Dinis e Fernando IV de rei de Leão e Castela) mandou reforçar a fortificação, ampliando-a com a construção da Muralha de Fora, para abrigo e defesa da população,

Com D. Dinis, Castro Marim viu reconhecida a importância da sua localização geográfica, acolhendo por bula decretada pelo Papa João XXII a primeira sede da Ordem de Cristo, em 14 de Março de 1319

Durante o século XVII, com as Guerras da Restauração em 1640, o castelo foi restaurado por ordem de D. João IV e acrescido de novas fortificações, como o Forte de São Sebastião, ampliando a sua estrutura muralhada.


Faro
Faro

As muralhas cercam o núcleo urbano mais antigo de Faro, hoje designado por "Vila-Adentro" ou "Cidade Velha"
Muito provavelmente, primeira cerca era pré-romana e terá sido reforçada no século I ou II pelos romanos
 e terá sido reconstruída no período muçulmano por volta do Séc. IX
Como é bem sabido muitas foram as reconstruções das muralhas que vão desde o tempo dos almoadas, (há notícia das muralhas estarem rasgadas por 3 portas: O arco da vila, o arco do repouso e o arco da Porta Nova)  a que se seguiram as  a seguir à reconquista em 1249, continuando  as do tempo de D. João III, mais alterações no período filipino, e depois (aliás como em todo o Algarve, a seguir ao terramoto de 1755, Durante os séculos XIX e XX deu-se o abandono destas estruturas,  retomadas por razões culturais a partir dos anos 40 e pela maior sensibilidade  para o Património.
Após a Reconquista no séc. XIII as muralhas foram reconstruídas e 
Classificadas como Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto publicado em 30 de novembro de 1933


Lagos
Lagos

Aqui nasceu o Castro do Monte Molião e à sua volta se desenvolveu um povo laborioso na actividade piscatória, comercio marítimo e cultivo dos campos muito visitada pelos povos do Mediterrâneo: Gregios, fenicio, cartagineses,  romanos, visigodos e mais tarde pelos muçulmanos do Norte de África
Com os romanos tomou o nome de Lacobriga em referência à sua importância marítima.
Do Castelo já não resta qualquer testemunho / vestigío.


A cerca medieval de Lagos encontra-se, neste início do Séc. XXI relativamente descaracterizado, muito embora seja a cidade algarvia com perímetro fortificado mais extenso.e com uma forte reconstituíção patrimonial militar desde os anos 40 do século XX.

A cerca apresenta duas fases, claramente identificáveis:
A Cerca Medieval, estrutura defensiva voltada para o mar com destaque para o Palácio do Governador, Porta de São Gonçalo e Baluarte da Torre do Trem e Porta da Vila

A Cerca Nova, de características renascentistas, e que vai do Baluarte de Santa Maria, seguindo pelo prosseguindo para o Baluarte da Praça de Armas, o Baluarte da Conceição e o Baluarte da Alcaria. A partir deste último, o circuito inflecte para norte, alcançando o Baluarte da Porta dos Quartos, o Baluarte de Santo Amaro e o Baluarte de São Francisco. Daqui, a muralha, com interrupções, volta-se para o lado do mar, na direcção Este. 

9 baluartes
O conjunto de muralhas e baluartes está classificado como monumento nacional por Decreto publicado em 20 de Junho de 1924.


Loulé
Loulé
Portimão

Portimão

Sagres
Sagres

Silves
Silves

Tavira

Tavira